documento em pdf "Influencia da exposicao a fumaca do cigarro e ao etanol sobre as alteracoes da mucosa do esofago"
documento em pdf "Influencia da exposicao a fumaca do cigarro e ao etanol sobre as alteracoes da mucosa do esofago"
Os danos que o cigarro causa ao organismo humano já são conhecidos de grande parte da população.
Entretanto, o que muita gente ainda não sabe é que o cigarro promove e acelera o desenvolvimento de doenças bucais, principalmente por diminuir a capacidade de defesa nesta região. O cigarro possui uma substância derivada da nicotina, denominada cotinina, que diminui a vascularização e o aporte sanguíneo à gengiva, ao osso que circunda os dentes e à mucosa oral. Dessa forma, as células de defesa, que seriam levadas pelo sangue à região infectada por bactérias orais, não conseguem alcançar seu objetivo. O resultado é a instalação silenciosa de uma doença periodontal (ao redor dos dentes), sem sintomas exagerados, mas que progride rapidamente até a perda do dente.
O tratamento da doença periodontal em fumantes torna-se complexo pela dificuldade de convencer o paciente a abandonar o hábito e o vício do cigarro. O protocolo de tratamento é semelhante nos não fumantes, embora tenha duas principais particularidades: a primeira é que os cirurgiões-dentistas darão início a uma campanha de apoio ao abandono do hábito e do vício; a segunda é que o paciente deve estar ciente de que a cicatrização em fumantes também é afetada pela falta de vascularização, gerando um atraso de duas a três semanas para o reparo completo de qualquer ferida cirúrgica intra-oral.
O nosso, papel, como profissionais de saúde, é informar, de maneira clara e objetiva, todos os prejuízos causados pelo cigarro, na saúde bucal e geral, e motivar o paciente a parar de fumar, fornecendo ferramentas de ajuda à síndrome de abstinência, ou seja, à sensação de ansiedade de perda que acompanha o abandono do vício nos primeiros meses.
Quando o paciente relata que fuma de 5 a 10 cigarros por dia, ele está informando que o hábito é mais forte que o vício e, portanto, é mais fácil parar. Mas se o indivíduo relata fumar uma quantidade superior a 20 cigarros por dia, o vício químico pode ser maior que o hábito, dificultando o processo de abandono do cigarro. Em ambos os casos, o paciente tem que desejar viver sem fumar. Talvez, para muitas pessoas, falte informações suficientemente impactantes, que o convençam a parar de fumar.
Se o paciente demonstra a "força do hábito" do cigarro, uma boa opção é o cigarro eletrônico. Esse pequeno aparelho consiste em uma piteira elétrica, que produz fumaça, e que possui cartuchos que podem estar vazios, ou carregados com diferentes níveis de nicotina. Esse dispositivo tem se mostrado bastante eficiente. Em indivíduos dependentes quimicamente da nicotina, o cigarro elétrico não parece ser suficiente. Deve-se obter auxílio médico, com indicação expressa do dentista, para que faça uso de medicações específicas para o controle da ansiedade.
por Elaine de Sousa
O câncer de boca atinge prioritariamente os homens e, segundo a Profª Drª Izabel Maria Marchi Carvalho, cirurgiã-dentista e radiologista do Centrinho/USP, a explicação está relacionada ao fato de que eles ainda fumam muito mais do que as mulheres.
A grande preocupação dos profissionais continua sendo com relação à prevenção de doenças. "Suspeitar-se do câncer de boca em estádio avançado é extremamente fácil, o grande desafio é considerar a possibilidade de uma lesão ser maligna, a despeito da sua aparência inofensiva, especialmente porque inexistem sintomas específicos de câncer em suas fases iniciais", explica a professora Carvalho.
Infelizmente, segundo o Instituto Nacional do Câncer - INCA, 60% dos pacientes com câncer de boca, que chegam aos hospitais credenciados, já estão nos estádios III e IV, cujo tratamento não será curativo. Os sinais iniciais do câncer de boca, nem sempre notados pelo paciente, podem ser manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, ou, ainda, ulcerações superficiais assintomáticas.
Cancêres mais comuns e fatores de risco
O câncer de boca mais comum, responsável por 90% a 95% das neoplasias malignas nessa localização, é o carcinoma epidermóide, também denominado carcinoma espinocelular ou, ainda, carcinoma de células escamosas. Do ponto de vista clínico, pode-se classificar as lesões da boca em ulceradas, nodulares e vegetantes.
Essa doença pode se apresentar como uma úlcera que não cicatriza e não dói e se localizar nas seguintes regiões: lábio, língua, glândulas salivares maiores e menores, gengiva, assoalho da boca, mucosa da bochecha, vestíbulo da boca, palato e úvula. Nos estádios avançados, as úlceras ou tumorações são maiores, podendo infiltrar as estruturas adjacentes (músculos, ossos, pele, nervos, etc.). Estas lesões podem ser dolorosas, de sangramento fácil e ter odor fétido. O paciente poderá apresentar dificuldades de fala, mastigação e deglutição, além de emagrecimento acentuado.
Existem fatores ambientais que predispõem o aparecimento do câncer bucal, entre eles, destaca-se em primeiro lugar o tabagismo. “O tabaco é responsável por cerca de 90% dos casos de câncer bucal e é prejudicial tanto mascado, fumado como aspirado”, afirma a Profª Drª Izabel Maria Marchi de Carvalho, cirurgiã-dentista e radiologista do Centrinho/USP.
A Professora explica que dependendo do tipo e da quantidade do tabaco usado, os tabagistas apresentam uma probabilidade 4 a 15 vezes maior de desenvolver câncer de boca do que os não tabagistas. O uso do tabaco sem fumaça, que inclui o rapé e tabaco para mascar, já está bem estabelecido como causa do câncer bucal. Esta forma de consumo de tabaco permite que resíduos deixados entre a bochecha e a língua tenham um contato mais prolongado, favorecendo a ação das substâncias cancerígenas do tabaco sobre a mucosa bucal.
O segundo fator ambiental é o alcoolismo, responsável principalmente pelo câncer de língua e do assoalho de boca. No indivíduo que fuma e bebe as chances são ainda maiores.
Outro fator considerado de risco é a radiação solar, principal causa de câncer de lábio inferior, que está associada ao tempo de exposição e ao tipo de pele da pessoa.
A dieta também é importante
Uma dieta rica em gorduras, álcool e ferro e/ou pobre em proteínas, vitaminas (A, E, C, B2) e alguns minerais, tais como cálcio e selênio, é considerada um importante fator de risco.
O hábito de consumir bebidas ou comidas quentes, na maioria das vezes, não é considerado fator isolado tão importante, apesar da agressão térmica que causa às células da mucosa. No caso do consumo excessivo e prolongado de chimarrão, vários estudos têm comprovado um aumento do risco relativo de câncer bucal. Também não está bem estabelecida uma relação de causa e efeito entre o uso de condimentos e a neoplasia.
O consumo habitual de frutas e vegetais frescos tem sido considerado um fator protetor contra o câncer de boca. O baixo risco de desenvolvimento de câncer de boca verificado entre os indivíduos que consomem altos índices de frutas cítricas e vegetais ricos em betacaroteno é outro ponto que enfatiza a importância dos fatores nutricionais. O beta-caroteno é encontrado principalmente na cenoura, no mamão, na abóbora, batata doce, couve e no espinafre.
O tratamento
Cirurgia, radioterapia e quimioterapia são, isolada ou associadamente, os métodos terapêuticos aplicáveis ao câncer de boca.
Com relação às lesões iniciais, ou seja, restritas ao local de origem, sem extensão a tecidos ou estruturas vizinhas, e dependendo da sua localização, pode-se optar pela cirurgia ou pela radioterapia, visto que ambas apresentam resultados semelhantes, expressos por um bom prognóstico, com cura em 80% dos casos.
A cirurgia radical do câncer de boca evoluiu sobremaneira, com a incorporação de técnicas de reconstrução imediata, permitindo uma melhor recuperação do paciente. As deformidades, porém, são ainda grandes e o prognóstico dos casos, intermediário. A quimioterapia é empregada nos casos avançados, visando à redução do tumor, a fim de possibilitar o tratamento posterior pela radioterapia ou cirurgia. O prognóstico nestes casos é extremamente grave, tendo em vista a impossibilidade de controlar-se totalmente as lesões extensas, a despeito dos tratamentos aplicados.
Toda pessoa deve visitar o dentista pelo menos uma vez por ano, sobretudo as pessoas que fazem parte do grupo de risco, pois a detecção precoce de lesões precursoras do câncer bucal facilita o tratamento e melhora o prognóstico.
Suspeitar de lesões nos seguintes casos:
fumantes e alcoólatras crônicos, principalmente quando as duas dependências estão presentes;
indivíduos com mais de 40 anos de idade, especialmente os desnutridos;
pessoas de pele clara que trabalham sob o sol (lavradores, pescadores, vendedores de praia, etc.);
portadores de próteses mal-adaptadas e dentes fraturados, assim como aqueles que apresentam má higiene da boca (fatores de irritação constante da mucosa bucal).
pessoas que consomem chimarrão de maneira excessiva e prolongada.
O que procurar?
Mudanças na cor da pele e da mucosa da boca
Endurecimentos
Caroços
Feridas
Inchaços
Áreas dormentes ou dolorosas
Dentes quebrados ou com mobilidade
Sangramentos
O auto-exame da boca
Uma das estratégias mais importantes para o diagnóstico do câncer de boca em fase inicial é o auto-exame da boca. Ele deve ser sistematicamente ensinado nas atividades de educação comunitária, em uma linguagem fácil e acessível à população. O auto-exame da boca é um método simples de exame, bastando para a sua realização um ambiente bem iluminado e um espelho, explica Izabel Carvalho. A finalidade desse exame é identificar anormalidades existentes na mucosa bucal, que alertem o indivíduo e o façam procurar um dentista.
Os passos do auto-exame:
1. Lave bem a boca e remova as próteses dentárias, se for o caso.
2. De frente para o espelho, observe a pele do rosto e do pescoço. Veja se encontra algo diferente que não tenha notado antes. Toque suavemente, com a ponta dos dedos, todo o rosto.
3. Puxe com os dedos o lábio inferior para baixo, expondo a sua parte interna (mucosa). Em seguida, apalpe-o todo. Puxe o lábio superior para cima e repita a palpação.
4. Com a ponta de um dedo indicador, afaste a bochecha para examinar a parte interna da mesma. Faça isso nos dois lados.
5. Com a ponta de um dedo indicador, percorra toda a gengiva superior e inferior.
6. Introduza o dedo indicador por baixo da língua e o polegar da mesma mão por baixo do queixo e procure palpar todo o assoalho da boca.
7. Incline a cabeça para trás e abrindo a boca o máximo possível, examine atentamente o céu da boca. Em seguida diga ÁÁÁ... e observe o fundo da garganta. Depois, palpe com um dedo indicador todo o céu da boca.
8. Ponha a língua para fora e observe a sua parte de cima. Agora, observe a parte de baixo, com a língua levantada até o céu da boca. Em seguida, puxando a língua para a esquerda, observe o lado direito da mesma. Repita o procedimento para o lado esquerdo, puxando a língua para a direita.
9. Estique a língua para fora, segurando-a com um pedaço de gaze ou pano e apalpe em toda a sua extensão com os dedos indicador e polegar da outra mão.
10. Examine o pescoço. Compare os lados direito e esquerdo e veja se há diferença entre eles. Depois, apalpe o lado esquerdo do pescoço com a mão direita. Repita o procedimento para o lado direito, palpando-o com a mão esquerda.
11. Finalmente, introduza um dos polegares por baixo do queixo e apalpe suavemente todo o seu contorno inferior.
A última dica?
Procure conhecer bem a sua boca. Faça o auto-exame mensalmente e caso você encontre qualquer alteração, procure um dentista ou um médico.
(Fontes: Instituto Nacional do Câncer - INCA; Ministério da Saúde; Coordenação de Programas de Controle do Câncer - PRO-ONCO)
Largar este terrível vício nunca foi tão fácil. Como bónus, terá mais dinheiro, mais saúde e mais... sexo.
A parte do cérebro que controla os desejos também processa os odores. Um estudo efectuado pelos cientistas da Universidade de Pittsburg concluiu que a ansiedade dos fumadores em consumir nicotina poderá combater-se com odores fortes como o do vinagre ou do Vick's Vapospray, por exemplo.
Ao tornar pública essa intenção conseguirá, pelo menos, uma coisa fundamental: o controlo e ajuda por parte dos que lhe estão próximos.
O tabaco não é apenas um problema para a sua saúde, como também é uma droga. Deve dizer para si mesmo: sou um yonqui ávido de consumir nicotina, estou doente... quero curar-me.
Coloque num mealheiro o dinheiro que costumava gastar diariamente em tabaco. Ao verificar um acréscimo das suas poupanças, arrepender-se-á de não ter abandonado o hábito há mais tempo.
Há casos de ex-fumadores que abandonaram este vício repentinamente e outros que o fizeram paulatinamente. Você terá de decidir de que forma pretende fazê-lo, de modo a minorar o tempo de sofrimento. Isto para evitar que o processo se converta numa autêntica tortura chinesa.
Limpe profundamente a sua casa, desde as cortinas aos edredões. O fumo do tabaco é demasiado perigoso e o seu cheiro impregna-se até nos lugares mais inverosímeis. O objectivo principal é que os eflúvios do tabaco não despertem essa parte irracional do cérebro que o volte a tentar.
O exercício ajuda a relaxar, aumenta a moral e a "limpar" o seu corpo. Assim, em vez de ir de autocarro para o trabalho, opte por fazê-lo a pé, ou, em vez de apanhar o elevador do seu prédio, suba pelas escadas. Se não faz desporto há imenso tempo, inscreva-se num bom
health club.
As feridas dos indivíduos não fumadores curam-se 80 vezes mais rapidamente, de acordo com as conclusões da Academia Americana de Cirurgiãos Ortopédicos.
Convoque os colegas que trabalham sob o mesmo tecto e, pela saúde de todos, convença-os a não fumar no local de trabalho. A verdade é que quando um fumador vê outro a "puxar" pelo cigarro tem tendência a fazer o mesmo, pelo que, desta forma, isso deixaria de acontecer.
10 Experimente alguns tratamentos anti-tabaco. Têm surgido novas formas de tratamento inovadoras e indolores. O Antismoking Center NãoFumoMais, por exemplo, é um novo centro de tratamento que consegue anular a síndrome de abstinência de nicotina através da auriculoterapia, um método sem contra-indicações nem efeitos secundários
11 Apanhe umas picadelas. Outra forma alternativa de tratamento é a acupunctura. Um estudo publicado no American Journal of Public Health quantificou em 40% a taxa de sucesso por parte desta prática quando combinada com um programa de educação complementar.
12 Deixe a cafeína. Os fumadores costumam acompanhar o café com um cigarro... uma mistura explosiva. A verdade é que a nicotina acelera a metabolização da cafeína, pelo que a energia extra que se (pensa que) consegue obter se se prescindir do tabaco torna menos necessário o consumo de café.
13 Faça musculação. A nicotina potencia o seu ritmo metabólico, diminuindo a queima de calorias. Uma pesquisa da Universidade de Berkeley (EUA) demonstrou que, quando se começa a ganhar massa muscular, o metabolismo volta praticamente ao nível que se encontrava quando não fumava. Dos indivíduos estudados, os que faziam três treinos de musculação por semana aumentaram o ritmo metabólico em cerca de 7%.
14 Coma bem. Em momentos de quebra ou depressão torna-se especialmente necessário manter a boca ocupada. Alguns especialistas recomendam que se tenha sempre à mão um kit de sobrevivência com frutas e verduras da época.
15 Será o melhor pai do mundo (em potência) se deixar de fumar. É que, em consonância com um estudo da Universidade da Carolina do Norte (EUA), fumar diminui a quantidade do esperma entre uns 13% e uns 17%.
16 Tenha melhor sexo. Fumar dificulta a circulação sanguínea. O Massachussets Male Ageing Study (uma investigação relacionada com o envelhecimento masculino) concluiu que, de entre os pacientes com algum género de doenças cardíacas, os fumadores tinham o dobro das incidências a nível da disfunção eréctil.
17 Compre um livro. Para adquirir mais alguns conselhos úteis, aconselhamos-lhe a leitura de um dos seguintes livros: Parar de fumar (Paz Editora,); Pare de fumar (Editora: Replicação,).
18 Está na hora de procriar. Se a sua mulher ou namorada está grávida ou se o seu filho acabou de nascer, aproveite o momento para deixar de fumar. A saúde familiar sairá fortalecida.
Fonte: http://saude.sapo.mz/abc-saude/t/tabagismo/
O tabaco pode ser usado de diversas maneiras de acordo com sua forma de apresentação: inalado (cigarro, charuto, cigarro de palha); aspirado (rapé); mascado (fumo-de-rolo), porém sob todas as formas ele é maléfico à saúde.
A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas diferentes; que se constitui de duas fases fundamentais: a fase particulada e a fase gasosa. Na fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fase particulada contém nicotina e alcatrão. Essas substâncias tóxicas atuam sobre os mais diversos sistemas e órgãos, contém mais de 60 cancerígenos, sendo as principais citadas abaixo:
Nicotina - é a causadora do vício e cancerígena;
Benzopireno - substância que facilita a combustão existente no papel que envolve o fumo;
Substâncias Radioativas - polônio 210 e carbono 14;
Agrotóxicos - DDT;
Solvente - benzeno;
Metais Pesados - chumbo e o cádmio (um cigarro contém de 1 a 2 mg, concentrando-se no fígado, rins e pulmões, tendo meia-vida de 10 a 30 anos, o que leva a perda de capacidade ventilatória dos pulmões, além de causar dispnéia, enfisema, fibrose pulmonar, hipertensão, câncer nos pulmões, próstata, rins e estômago);
Níquel e Arsênico - armazenam-se no fígado e rins, coração, pulmões, ossos e dentes resultando em gangrena dos pés, causando danos ao miocárdio etc..;
Muitas pessoas fumam por prazer, por razões sociais, como por exemplo, pressão dos amigos ou simplesmente para satisfazer seu vício.Inicialmente, o hábito de fumar era comum somente entre os nativos das Américas do Norte e do Sul. Posteriormente, ele foi levado ao resto do mundo através do comércio e exploração das Américas.
Outras informações importantes
Além do tabaco, o cigarro apresenta muitas outras substâncias prejudiciais, dentre elas, a nicotina, que causa dependência.
Logo de início, a nicotina apresenta um efeito benéfico ilusório, pois estimula a atenção, a memória e gera um estado moderado de euforia.
Entretanto, a partir do momento que o hábito de fumar se torna crônico, a nicotina somente atenua os sintomas tão incômodos da abstinência, que são: confusão mental, nervosismo, ansiedade, insônia e depressão.
Em usuários crônicos, tais sintomas se iniciam de forma bastante rápida, em aproximadamente 30 minutos após cada dose.
Um outro malefício da nicotina é que ela causa distúrbios no metabolismo e inibe o apetite.
Pesquisas médicas concluíram que fumantes crônicos possuem uma probabilidade muito maior de contrair doenças como câncer de pulmão, enfisema e doenças cardiovasculares.
Diante de todos esses malefícios causados pelo cigarro, muitos países restringiram sua venda obrigando os fabricantes a colocarem advertências bastante destacadas em suas embalagens.
Visando desencorajar o fumo, outras medidas também foram tomadas por muitos governantes, como a restrição, ou, até mesmo, a proibição de se fumar em restaurantes, shoppings e em muitos outros locais públicos.
Doenças provocadas pelo hábito de fumar
O fumo pode provocar muitos tipos de câncer, como o câncer de pulmão, de rim, de laringe, de cabeça e pescoço, de bexiga, de esôfago, de pâncreas e de estômago.
Além disso, existem evidências que sugerem que o hábito de fumar pode provocar um maior risco de leucemia, câncer de fígado, de cólon ou reto, problemas congênitos em filhos de mulheres que não deixaram de fumar durante a gestação, impotência, entre muitas outras.
A função pulmonar decai normalmente com o aumento da idade do indivíduo, devido à perda da elasticidade dos tecidos pulmonares (a exemplo da pele, onde ocorre o mesmo processo). A avaliação desse "envelhecimento" pulmonar pode ser medida pelo volume expiratório forçado, também chamado de prova do sopro, que piora progressivamente nas faixas etárias mais avançadas. Essa piora é mais acentuada no fumante. Se o indivíduo pára de fumar, a queda de função do pulmão retoma a tendência normal da idade. Assim, fica claro que parar de fumar é benéfico em qualquer momento.
Bronquite crônica e enfisema são tipos de doenças pulmonares obstrutivas crônicas (doenças que dificultam a passagem de ar no pulmão). São caracterizadas por tosse, expectoração e falta de ar, piorando muito a qualidade de vida do indivíduo. O enfisema, que corresponde a uma destruição da estrutura pulmonar, ocorre mais freqüentemente em homens, mas sua taxa de mortalidade vem aumentando entre as mulheres, provavelmente devido ao aumento do número de fumantes no sexo feminino.
A morte por doença pulmonar obstrutiva crônica é bem maior entre os fumantes de ambos os sexos, aumentando o risco com o aumento do número de cigarros fumados.
Doenças Cerebrovasculares
Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) são chamados comumente de derrames cerebrais e resultam de um sangramento dentro do cérebro, levando à paralisia do corpo e, muitas vezes, ao estado de coma e morte. O derrame é mais comum no sexo feminino. Além disso, é duas a três vezes mais comum em fumantes, de ambos os sexos. As estimativas sugerem que 50 a 55% dos AVC sejam atribuídos diretamente ao tabagismo.
A morte por AVC em mulheres é mais freqüente em fumantes, aumentando o risco com o número de cigarros fumados por dia e com a idade.
O risco de AVC é reduzido significativamente dentro de dois anos após a interrupção do tabagismo e fica ao nível das pessoas que não fumam cinco anos após o início da abstinência.
Vale ressaltar que o uso regular da pílula anticoncepcional combinada ao tabagismo aumenta consideravelmente a incidência de AVC e de infarto do miocárdio, provavelmente por atuar pelos mesmos mecanismos (diminuição das taxas de lipoproteínas de alta densidade, favorecendo a aterosclerose). O tabagismo, portanto é considerado, hoje, mais uma contra-indicação para o uso de anovulatórios.
Recomenda-se que:
*
mulheres com menos de 30 anos de idade e que usam pílulas anticoncepcionais devem ser esclarecidas sobre os perigos de fumar;
*
mulheres com idade entre 30 e 35 anos, usando pílulas há mais de cinco anos, devem parar de fumar, caso desejem continuar usando anovulatórios; e
*
mulheres com mais de 35 anos de idade devem modificar o método anticoncepcional, abando-nando a pílula, particularmente se são tabagistas.